O bruxismo é caracterizado pelo ranger dos dentes, em geral, durante o sono. A disfunção – que pode levar de efeitos brandos a outros catastróficos – é mais comum do que se imagina, afetando adultos e crianças. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2018, cerca de 30% da população sofre com o problema. Sendo que no Brasil, a patologia atinge 40% das pessoas.
Esse tipo de transtorno, no entanto, não deve nem pode ser ignorado. Isso porque a pressão contínua sobre a mandíbula acarreta quebra e até amolecimento dos dentes. “Existem registros, inclusive, de pessoas que acabaram com danos nos ossos da boca e em toda a articulação”, conta a doutora Lúcia Helena dos Santos. “Muitas vezes o paciente não sabe que tem bruxismo, pois não sente dores, notamos isso quando chega ao consultório com parte dos dentes desgastados”.
Quase sempre a doença está ligada a fatores mentais, como estresse, mas quem pode avaliar isso é somente um odontólogo ou médico. Além do controle no estresse, do ponto de vista odontológico, o tratamento é feito com o uso de placas interoclusais flexíveis de silicone ou placas rígidas de acrílico, moldadas de acordo com a arcada dentária do paciente. Outra possibilidade é a aplicação de botox terapêutico no masseter e temporal. O procedimento neste caso é muito eficiente, já que a substância paralisa o movimento involuntário durante os períodos de vigília.